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Falta de planejamento provoca endividamento de jovens

Desemprego, diminuição de renda ou falta de planejamento. Diferentes fatores levam as pessoas a serem incluídas no banco de dados de proteção ao crédito e consequentemente, ter restrições financeiras no CPF. Mas este não é um problema reservado à vida adulta.

Jovens com até 25 anos estão aparecendo cada vez mais em rankings de inadimplentes. Na região de Jundiaí, são 1.158 jovens com idade entre 18 e 25 anos endividados desde 1º de janeiro. Estes jovens representam 23% dos consumidores inadimplentes em Jundiaí (5 mil), o que ultrapassa R$ 4 milhões em débitos, segundo a base de dados da Associação Comercial Empresarial (ACE) de Jundiaí/Boa Vista SCPC.

“Este número representa todos os jovens que foram negativados pelas nossas empresas associadas”, explica o diretor da Associação, Pedro Braggio. Ele, que é educador financeiro, diz que o endividamento de jovens não é exclusivo de Jundiaí e o problema repete-se no Brasil todo. “A falta de educação financeira em crianças gera jovens endividados.”

São jovens como Lincon Viana, 19 anos, que hoje deve R$ 4,5 mil a uma operadora de cartão de crédito. “A dívida inicial surgiu há cerca de um ano, de uma conta de R$ 600 que eu tinha no meu cartão mas foi acumulando juros”, conta.

Desempregado à época, Lincon não conseguiu quitar a fatura e optou por um empréstimo. “Foi o maior erro que eu fiz porque hoje, como estagiário, não consigo pagar as parcelas porque são muito altas.”

A melhor alternativa para Lincon, segundo Pedro, é tentar negociar o valor devido com a operadora e pagá-la de uma vez só e não em parcelas. “Nunca se deve fazer um empréstimo para pagar uma dívida. Mas se esta dívida existe, o ideal é a pessoa separar um valor mensal do orçamento, até reunir o suficiente para negociar o pagamento à vista.”

Foi o que fez Daniele Gonçalves, 22 anos. Ela ficou com o nome negativado durante quatro anos porque não conseguiu quitar a fatura do cartão de crédito. “Eu negociei o valor, a empresa deu desconto e consegui quitar”, conta. “Ter o nome negativado foi uma péssima experiência porque não conseguia comprar nada em meu nome e isso era ruim, me sentia muito mal.”

O consumidor consegue consultar se o CPF tem alguma restrição em consulta gratuita, realizada na sede da ACE Jundiaí (rua Rangel Pestana, 533) de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h.