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Preocupação com meio ambiente interfere na decisão de compra

No ato da compra o consumidor está decidindo, consciente ou inconscientemente, contribuir com a visão e práticas da empresa e isso inclui ações sociais e ambientais.    

 

A pressão do consumidor num movimento que se iniciou na década de 1960 mostrou força nos anos 1990 e confirma até hoje que o seu poder pode ser direcionado para gerar impactos socioambientais positivos. Hábitos diários, como consertar e reformar, estão substituindo a compra desnecessária, contribuindo para a economia de recursos naturais.

Uma pesquisa do Instituto Akatu em 2015 mostrou que a separação do resíduo orgânico do reciclável para a coleta seletiva é o primeiro indicador de que existe uma mudança acontecendo no comportamento das pessoas. A partir daí, observações de hábitos de consumo geram preocupação com o impacto que ações diárias podem ter sobre sociedade e meio ambiente.

Em um momento onde estão ocorrendo mudanças de comportamento que nascem da adoção de novos valores pela sociedade, a sustentabilidade e a justiça social estão em destaque.

O consumidor passa a abandonar o alto consumo e desperdício e começa a praticar o consumo consciente.

Essas ações individuais se transformam quando a grande maioria dos consumidores faz o mesmo e, assim, criam uma demanda por produtos e serviços mais saudáveis, preocupados com as questões ambientais e sociais. E as empresas precisam buscar atender essa forte demanda que já existe e não deixa de crescer.

Nesse contexto, o empreendedor que mantem o seu foco em atender as necessidades do cliente e, portanto, monta sua estratégia com prioridade para a área socioambiental, busca investir na sustentabilidade da empresa e de seus produtos.

Já que consumidores conscientes podem pagar mais por produtos e serviços que considerem a ecoeficiência, melhor qualidade e menos embalagem, por exemplo, a preocupação com a manutenção do equilíbrio do planeta passa a ser a chave para o equilíbrio e sucesso do negócio.

A FGV (Faculdade Getúlio Vargas) aponta que o consumidor consciente também valoriza especialmente o relacionamento onde a experiência, o atendimento e o pós-venda influenciam na escolha. Esses consumidores passam a avaliar também os valores e a posição adotados pela empresa em suas relações internas e externas.

Com a concorrência cada vez maior, a sustentabilidade é ponto essencial. A preocupação com questões ambientais é vista por muitos consumidores como uma obrigação das empresas. E ser transparente quanto ao método de produção, situação na cadeia de valor e modelo de gestão são diferenciais fundamentais para que o consumidor, atento e conectado com redes sociais e diversas ferramentas, tenha informação, tendências e opinião de outros consumidores para considerar sua decisão na hora da compra.

Entram então questões como o marketing sustentável, como trabalhar para agregar valor de imagem e como será a reputação das empresas frente aos novos consumidores e aos seus concorrentes.

Para que a empresa seja de fato sustentável e possa crescer e se manter no mercado atual é preciso incluir a responsabilidade socioambiental como base, desde o planejamento estratégico, buscando alcançar eficiência econômica, social e ambiental em suas relações com toda a cadeia, passando por fornecedores até chegar ao consumidor final.

 

Juliana Lacerda Franco é bióloga e Gestora Ambiental – Sintropia Ambiental