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Foto ilustrativa

Escritório Sinhorini é homenageado pela ACE pelos 60 anos

Em uma época em que as ruas de terra ligavam as poucas casas que formavam o bairro Ponte São João, em Jundiaí, nasceu um escritório que se tornaria símbolo de tradição, confiança e memória para a comunidade: o Sinhorini Contabilidade.

Fundado em 1965 por Luiz Sinhorini, o escritório completa 60 anos de atuação e recebeu, pela trajetória construída, uma homenagem especial da Associação Comercial Empresarial (ACE) de Jundiaí, representada pelo vice-presidente Orlando Fabrício. “Parabéns pelos 60 anos de muito trabalho e história na cidade”, disse.

O reconhecimento foi recebido por Luiz Otávio Sinhorini, filho do fundador e atual responsável pela empresa. Emocionado, ele relembrou as origens do escritório e a trajetória do pai, nascido na zona rural de Capivari.

Luiz Sinhorini mudou-se ainda jovem para Jundiaí com o sonho de estudar e crescer profissionalmente. Na cidade, conciliava o trabalho na fábrica Dubar com os estudos em contabilidade no tradicional Colégio Luiz Rosa.

Foi também em Jundiaí que Luiz conheceu Antônio de Barros, o “Toninho”, dono de uma farmácia no bairro e um dos principais incentivadores do novo contador. “O seu Antônio convidou meu pai para cuidar da contabilidade quando abriu a farmácia e até hoje brinca que foi o primeiro cliente do escritório”, conta Luiz Otávio. “Ele saía com o meu pai pelo bairro em busca de clientes.”

O crescimento foi natural. Com a demanda em alta, Luiz buscou um sócio: Gentil Saroni. Mais tarde, juntou-se ao time Laércio Moreno, que passou a cuidar do Departamento Pessoal.

Luiz Otávio, hoje com 56 anos, começou a trabalhar com o pai aos 12. Estudava um período e, no outro, preenchia carnês com nome, endereço e número de inscrição dos clientes.

Na época, com recursos gráficos e de impressão ainda limitados, o registro das movimentações financeiras era feito artesanalmente. O escritório usava uma técnica semelhante à mimeografia: uma matriz datilografada com campos-padrão (data, histórico, entrada, saída e saldo) era fixada em uma prensa, umedecida com esponja e utilizada para copiar as páginas do livro-caixa, essencial para a contabilidade manual.

A modernização chegou apenas nos anos 1990. “O primeiro computador do escritório foi comprado em 1991”, lembra Luiz Otávio.

Com o passar dos anos e após o falecimento do pai – em 1991, aos 56 anos – e dos antigos sócios, ele assumiu, em 2013, a gestão integral da empresa, agora totalmente informatizada. Adaptado às exigências do mundo cada vez mais digital, ele segue lidando com números, tributos e relatórios ao som de jazz ou Belchior.

Apesar da modernização, Luiz preserva no escritório a essência deixada pelo pai: o trabalho sério, o compromisso com os clientes e a conexão com a comunidade da Ponte São João. Ainda assim admite sentir falta dos tempos em que o atendimento ao cliente era mais próximo e humano. “Antes era olho no olho. Hoje é tudo online.”